quarta-feira, 21 de abril de 2010

Subterranea Rock 6! - como foi?

(parte da galera que foi curtir o Subterranea Rock 6!)

resenha feita à seis mãos por: Ive Môco, Caio Conceição e Diego Linx; fotos por Ive e Dani Magalhães.

Este Subterranea foi um dos melhores rocks que aconteceram por aqui nos últimos tempos. E, antes de entrar nos detalhes do evento, gostaria de agradecer às pessoas que ajudaram no "funcionamento da máquina": Zombie Crew (Robinho, Dani, Fritz, Caio, Ramon e Dino), Mauro (pela discotecagem sempre com músicas ótimas), à família do Robinho que nos acolheu em casa, às bandas Zefirina Bomba, Ricto Máfia, Your Last Choice e Aueiki (pelo profissionalismo e confiança) e, claro, às (cerca de) 50 pessoas que tiraram um domingo de suas vidas para conhecer e curtir o som dessas quatro bandas.

Opa, mas ficou bom mesmo não tendo 489 pessoas? A história qualidade x quantidade é bem antiga e conhecida, então não preciso discursar sobre isso. Não tivemos briga, nem aglomeração inoperante na frente da casa, ou pessoas abusando da boa vontade de ninguém. Tivemos sim gente ouvindo e interagindo com as bandas e um clima amistoso e descontraído que faz falta, rapaz. As resenhas estão em ordem de apresentação.

Aueiki (Resende RJ)
por Ive.

Apesar de não terem tocado Os Adolescentes Morrem Mais Fácil (mas talvez porque não sejamos mais adolescentes, afinal), realmente fiquei muito feliz de ver o retorno dessa banda. Na passagem de som, houve ainda um momento nostalgia total, porque o Robinho, que fez parte da formação original, tocou com eles a música O Resto. Para mim e para a Dani, haja coração! rs. Eles começaram a tocar por volta de 18:30, ainda havia pouca gente, porém o show já começou com a energia caracterísca dos gêmeos Leandro (baixo) e Rafael (bateria) e o jeito bonachão de Linx (guitarra/vocal), puxando conversa com quem estava por ali, nos intervalos das músicas. O Que As Manchas Diriam, oitava música, para mim foi o ponto alto, mas porque sou café com leite e sempre gostei dessa música. Para descontrair, no final tocaram Sleep Now In the Fire do Rage Against, com partes traduzidas em português e tudo.

Your Last Choice (Resende RJ)
por Ive.

Começo de noite e a banda seguinte prepara as tralhas pra assumir o "palco". Dani abandona por instantes seu posto na "lanchonete" (por aqui é assim, ninguém faz uma coisa só, todo mundo cozinha, todo mundo é roadie, segurança, porteiro e todo mundo toca) e vai pra bateria, se juntar aos amigos Dino (vocal), Robinho (guitarra/vocal) e Caio (baixo). Apesar de estarem um tempo sem tocar ao vivo, o show foi redondo, pelo que ouvi e vi (fiquei um pouco na portaria, essa hora); lembro de Eu Não Sei, Eu Não Vi, e, antes de tocar Your Last Choice, Robinho fez um comentário filosófico sobre "a última escolha", "a última chance" e "que podemos morrer a qualquer instante" (não foram essas as palavras exatas), houve uns três segundos de silêncio e reflexão, mas aí eu disse "que coisa triste rs" e todo mundo descontraiu, então emendaram outra música. Ah, em algum momento tocaram Attitude, do Bad Brains. Foi bacana (eu falo bacana quando gosto mesmo, só para deixar claro).

Zefirina Bomba (João Pessoa PB)
por Caio Conceição.

Após tocar com o Your Last Choice, chegou a hora de ver a banda que me motivou a trocar algumas horas de sono antes de encarar mais uma noite de trabalho de minha vida de peão, o Zefirina Bomba, afinal, não é todo dia que três paraíbanos vêm tocar no quintal do Robinho, especialmente o Zefirina, banda que gosto desde a primeira vez que ouvi no Trama Virtual, com todo seu noisecoregroovecocoenvenenado.
O trio começou com músicas do excelente cd, Nós só precisamos de 20 minutos pra rachar sua cabeça!!, que estava a venda no local por R$10. O violão e seus pedais de distorção soltavam seus acordes e o sotaque do vocalista Ilsom são uma presença forte no som, acompanhados perfeitamente pelo groove do baixista Martim e a bateria forte e agitada de Guga.
Acho que os roqueiros estranharam um pouco o som, por ser diferente dos hinos metaleiros e vocais do mal acostumados a se ver por aqui, mas ainda assim, alguns ainda arriscavam seus "agitos", enquanto eu cantava junto e arriscava uns passos tímidos ao lado da banda.
Além das músicas do novo cd, como as ótimas Sopa, Cultura e Não, pude ouvir algumas das antigas que tanto gosto como O que é que tem pra tu vê na tv?, a intrumental surfante A outra trilha de Sumé e Alguma coisa por aí, que não aguentei e tive de roubar o microfone, enquanto o Ilsom, mesmo com o joelho deslocado pulava e castigava a danada da viola.
Após tocarem Oportunidade rolou um "repente" drum `n bass, acompanhado somente dos pedais do violão ecoando, pra depois mandarem a acelerada TPM, música que não esperava ouvir.
Tocaram dois covers, um de uma banda de sua terra chamada Desunidos, que lembrou um punkão véio e pra loucura de alguns presentes, o esperado cover de Nirvana, tão idolatrado pela juventude resendense, que começou numa versão reggaezinha. As músicas mais lentas e docinhas ficaram de fora e o show foi bem animado, pelos ótimos músicos e pessoas que são, e quando acabou ficou aquele gosto de quero mais, que em maio espero saciar, quando eles voltarão para tocar no SESC de Barra Mansa.

Ricto Máfia (Resende RJ)
por Diego Linx.

A Ricto Máfia fechou o evento com a apresentação de despedida do baixista Chevi, que já não tocará com a banda nos próximos shows. Lançaram canções marcantes, em uma sincronia admirável, com direito a danças performáticas e improvisos adequados do Fralda na bateria. Foi interessante ver a Ive lançando comentários e piadas, ela parecia estar bem a vontade dessa vez, esse é o (velho) espírito da coisa!Gostei particularmente da Vício e da Perguntas, e aquele jeito bacana de emendar uma música na outra mantém a empolgação do público em alta. Chevi sem dúvida é um excelente baixista, tem que ter muita moral para tocar Ninguém na Escuta sem palheta, ficou claro que ele fará muita falta daqui em diante.
Agora no melhor estilo White Stripes, Batman e Robin, Kenan e Kell, Bony e Clide (a comparação mais apropriada)... a Ricto segue com 2 membros, Ive no vocal e guitarra e Fralda na bateria (em breve nos vocais também!), dupla que por muitas vezes já se apresentou sem deixar a desejar. A Máfia prossegue, firme e forte... e que venham os lobos!

Parafraseando a Zefirina, deu pra fazer sopa, com certeza!

Um comentário:

o dr. A. Noel disse...

E o vacilão aqui ficou de fora mais uma vez...